Analogia entre a visão humana e o que se espera da visão fotográfica
A fotografia é uma forma de arte maravilhosamente expressiva devido a sua capacidade de nos fazer sentir instantaneamente de uma certa maneira. Mas raramente questionamos como e por que uma foto consegue ter tanta força, pois parte do prazer é simplesmente deixar que isso aconteça. Talvez seja exatamente por essa ligação ser tão direta que não sentimos a necessidade de compreendê-la mais o fundo. Mas, para fazer fotografias maravilhosas, que despertam sentimentos em você e em outras pessoas, é importante compreender como e por que reagimos a elas. Em nossas aulas abordamos uma pequena parte do como e do porquê por meio do uso do computador para recriar técnicas tradicionais de laboratório.
Nossos olhos e nosso cérebro são ótimos exemplos de tecnologia visual. Pare um instante e pense na “câmera” que você já tem na cabeça. Você é possuidor do sistema mais avançado de foco automático existente. O seu cérebro tem um mecanismo completo de exposição automático, capaz de interprete imediatamente algumas das cenas mais complicadas do ponto de vista visual e de armazenar mais de 70 anos de imagens assim.
Muita gente não compreende como seus olhos e cérebro funcionam para absorver o que está a seu redor. Por exemplo: há uma maneira fácil de enganar o balanço de branco automático dos seus olhos. Saia à rua ao anoitecer, passe perto de prédios de escritórios e de casas e observe a cor da luz lá dentro. Os escritórios com frequência emitem um brilho esverdeado, ao passo que as casas parecem bem amareladas.
Isso se dá por causa das lâmpadas fluorescentes normalmente usadas em escritórios que, de fato, são bem verdes. Quando entramos em uma sala comercial, nosso cérebro rapidamente ajusta um novo balanço de branco para que a luz pareça branca. Mas, quando você está do lado de fora, seu cérebro ajusta a cor para outro tipo de ambiente, de modo que a luz então parece verde.
O mesmo vale para a iluminação domestica, que geralmente é feita com lâmpadas de tungstênio, que são bem mais quentes e também muito menos econômicas em termos gasto de energia (por isso seu amplo uso em escritórios). Vistas da rua, as casas têm um brilho amarelado e caloroso. Mas, quando você entra, geralmente não percebe que seus olhos compensaram esse tom quente.
Nossos olhos e nosso cérebro também são capazes de enxergar, ou compreender, uma enorme gama de partes claras e escuras em uma cena, ao passo que a fotografia é bastante limitada em relação ao que é capaz de reproduzir. Por mais avançados que os computadores e as câmeras tenham ficado, com frequência esquecemos que nós mesmos somos bem avançados. Aprender as limitações da câmera na comparação com o que enxergamos é uma das melhores maneiras para começar a fazer fotos mais bem sucedidas e também para entender o que é necessário fazer para aprimorá-las no computador.
As câmeras, sejam digitais ou analógicas, serão sempre piores do que os nossos olhos e cérebro. A sua experiência de fazer uma fotografia e trabalha-la no computador pode ajuda-lo a mudar sua imagem para a maneira como você se lembra dela – ou como gostaria de se lembrar.
Não deixe de rever o material didático de seus cursos da Focus, ok?